Mulher sem câncer faz três sessões de quimioterapia após erro médico em Chapecó
Uma moradora de Chapecó passou por três sessões de quimioterapia após receber um diagnóstico incorreto de câncer de mama. Meses depois, exames comprovaram que ela não tinha a doença.
ATENÇÃO! QUER FICAR POR DENTRO DAS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DE CONCÓRDIA E REGIÃO EM TEMPO REAL?A cooperativa médica responsável pelo atendimento foi condenada pela Justiça a indenizar a paciente e o companheiro por danos morais, totalizando R$ 95 mil. A decisão é do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e foi divulgada nesta segunda-feira, 13 de outubro.
Troca de amostras causou o erro
De acordo com o processo, o equívoco ocorreu devido a uma troca de amostras biológicas durante a análise laboratorial.
Em 9 de setembro de 2022, o laudo da biópsia apontou a presença de carcinoma mamário invasivo, um tipo maligno de câncer. Com base nesse resultado, a paciente iniciou o tratamento quimioterápico.
Somente em novembro de 2022, uma nova análise identificou que a mulher, na verdade, apresentava um tumor phyllodes benigno, sem características cancerígenas. Nesse período, ela já havia sido submetida a três sessões de quimioterapia, que provocaram queda de cabelo, vômitos e a necessidade de uso de cateter, deixando marcas físicas e emocionais.
Indenização confirmada pelo TJSC
O TJSC manteve integralmente a condenação contra a cooperativa médica, reconhecendo falha na prestação do serviço e grave dano moral.
A paciente receberá R$ 75 mil, enquanto o companheiro, que acompanhou todo o sofrimento e as sequelas do tratamento indevido, receberá R$ 20 mil a título de dano moral reflexo.
O tribunal também determinou que os juros de mora incidam desde a data do diagnóstico equivocado, 9 de setembro de 2022. O recurso apresentado pela cooperativa foi negado, mantendo-se a decisão de primeira instância.
Falha grave e impacto humano
Na decisão, o relator destacou que o erro ultrapassa o limite do “mero dissabor”, configurando violação à dignidade e à integridade física e emocional da paciente. O caso evidencia a importância de protocolos rigorosos de identificação e conferência de amostras biológicas, para evitar situações de sofrimento irreversível.
Créditos: NSC