Com pouco pessoal, CVV de Concórdia vai capacitar novos voluntários para ajudar quem precisa
03/05/2024 às 06:30
Com mais de 60 anos de fundação, o Brasil conta com um serviço considerado fundamental quando se trata de problemas ligados a doenças mentais, depressão e pensamentos suicidas. É o Centro de Valorização da Vida (CVV), uma associação civil sem fins lucrativos e filantrópica, que também está presente em Concórdia há seis anos.
A associação presta serviço voluntário e gratuito para todas as pessoas que querem e precisam conversar para aliviar o peso dos problemas que estão sentido. A ajuda é feita sob total sigilo, seja por telefone (188), pessoalmente, em postos de atendimento, ou ainda pelo site www.cvvv.org.br.
O suicídio é considerado um problema de saúde pública. No Brasil, são 15.507 casos por ano (MS/2021), uma média de 42 suicídios por dia. Para cada suicídio, estima-se que 25 pessoas façam uma tentativa e muitas mais pensam seriamente nele.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, mais de 700 mil pessoas morrem por ano devido ao suicídio, o que representa uma a cada 100 mortes registradas.
Em entrevista à Aliança FM, a porta-voz do CVV de Concórdia, Rosane Balsan, reforça que a depressão ainda é um tabu na sociedade. Ela falou sobre o tema na manhã, no Jornal Primeira Hora, onde explicou que muitas pessoas não conhecem o que é depressão, e quando percebem que estão enfrentando o problema, sentem vergonha disso.
Conforme Rosane, no Brasil, diferente do que acontece no mundo, é possível notar que a faixa etária de pessoas que sofrem de problemas psicológicos e depressão está diminuindo. Segundo dados que ela apresentou, é grande a procura de pessoas entre 12 e 25 anos pelo serviço, que presta apoio emocional. Ela reforça ainda que a depressão não tem claros sintomas, mas é possível identificar sinais.
"Quem diagnostica a depressão problemas mentais é um psiquiatra ou psicólogo. Nós, enquanto CVV, estamos ali para ouvir as pessoas. Por isso nos procuram, porque falta quem ouça elas. Entre os sinais estão as mudanças repentinas, pessoas que se isolam, que choram, ou muito reservadas, ou que de repente se tornam muito brincalhonas, querem ser centro das atenções, procuram demonstrar coisas boas, que é a melhor da turma. É um modo que ela está sentindo de pedir socorro?, explica.
Segundo a porta-voz do CVV de Concórdia, atualmente o Brasil conta com aproximadamente 3500 voluntários que realizam os atendimentos das ligações. ?Se tivesse o dobro disso, ainda assim faltariam pessoas para atender à demanda de chamadas e pedidos que temos?, ela comenta.
Em Concórdia, são apenas dez voluntários que auxiliam neste serviço. Por isso, um curso de capacitação para interessados está sendo desenvolvido. Conforme Rosane, pessoas com mais de 18 anos e que estejam dispostas a ajudar quem precisa pode participar. Há informações no site www.cvv.org.br ou no whatsapp (49) 9 9988-0297.
