Operação prende um vereador e cumpre mandados em dois gabinetes em Joinville
Dois vereadores de Joinville estão sendo alvos de operações na manhã desta quinta-feira (30). De acordo com o delegado Pedro Alves, da Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (Decor), as ações são do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Civil e ocorrem no gabinete dos parlamentares. Um dos vereadores e outras duas pessoas foram presas.
Os alvos são Mauricinho Soares e Cláudio Aragão, ambos do MDB. A polícia ainda não deu detalhes sobre a motivação das diligências, que estão sendo cumpridas nos gabinetes, casas e empresas, além do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Ainda não se sabe também qual dos vereadores foi preso.
A reportagem do AN tenta contato com os citados. Diego Machado (PSDB), presidente da Casa, reforça que a operação não é contra a Câmara de Vereadores, mas sim contra os dois parlamentares. Ele não soube dar detalhes da ação, mas informou que tem dado o apoio necessário à polícia.
Duas operações simultâneas
Os vereadores estão sendo alvo de duas operações simultâneas. De acordo com Rafaello Ross, delegado regional da Polícia Civil, a ação conduzida pela Decor tem relação com a liberação de carteiras de motoristas suspensas pelo Departamento de Trânsito. Nesta operação de âmbito policial, três pessoas foram presas, entre elas, um vereador, um despachante e outro funcionário terceirizado do Detran.
Já a ação do Gaeco não teve prisões, mas cumpriu 28 mandados de busca e apreensão. Neste caso, o Ministério Público apura crimes contra a administração pública, como peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica e sonegação fiscal que teriam sido praticados entre os anos de 2016 e 2020, no contexto do programa de pavimentação comunitária, utilizando lajotas cimentadas, implementado em diversas ruas de Joinville.
Conforme as investigações da promotoria, subprefeituras de diferentes localidades da cidade foram distribuídas para livre indicação política pelos vereadores das respectivas regiões. Se utilizando dos prédios públicos, os parlamentares investigados teriam facilitado contratações para pavimentação de ruas, indicando, inclusive, empreiteiros para que executassem os serviços.
Entre os parlamentares beneficiados pelo esquema, segundo o MP, evidenciou-se a liderança de um vereador que atuou como líder do poder executivo municipal junto à Câmara do município. Este, supostamente seria notoriamente conhecido como ?Rei da Lajota?.