O fim das ADRs
Os trabalhos de transição entre os governos Eduardo Pinho Moreira e Comandante Moisés reverberou nesta semana uma informação que não é novidade nenhuma. Mas que demorou entrar em pauta. Trata-se da desativação das Agências de Desenvolvimento Regionais.
O fim das chamadas ADRs foi decretado tão logo foi definido o resultado das eleições para o Governo de Santa Catarina no primeiro turno, no dia sete de outubro. Na época, tanto o candidato Comandante Moisés, como o candidato Gelson Merísio, anunciaram que a manutenção desse projeto de descentralização não seria mantido. Portanto, o fim já estava decretado.
Vou deixar para um outro momento para fazer uma reflexão do papel exercido pelas agências de Desenvolvimento Regional ao longo de todos esses anos. Porém, o objetivo agora é interpretar o motivo para a desativação das ADRs. A julgar pela fala do governador eleito, comandante Moisés, a questão passa necessariamente pela economicidade. Houve uma redução de 15 ADRs quando o atual governador Eduardo Pinho Moreira assumiu no começo desse ano. Antes eram 40, que tinham um gasto anual de cerca de R$ 250 milhões.
Logicamente, que desativando as ADRs, o futuro governador não irá resolver a questão financeira do Governo de Santa Catarina com essa economia. Ninguém fala publicamente e de forma clara das finanças catarinenses, mas há quem diga que a dívida do Estado está na casa dos bilhões de reais.
Isso sem falar na necessidade crescente de investimentos na área da saúde e na conservação das estradas estaduais, que também demandam de grande vulto de dinheiro. Cortar as ADRs certamente não vai ser a solução única para atender essas necessidades! Mas é uma das saídas encontradas pelo próximo governo. Se por um lado, ele ganha em economia. Por outro, ele deixa de ter um para-choque político, já que as ADRs também serviam para receber e filtrar pedidos, além de intermediar alguns conflitos entre municípios e Governo do Estado.
Sem as ADRs, a totalidade dessa prerrogativa ficará na Capital do Estado. A maior parte dela será absorvida pelo novo governo e a outra, pelos deputados.