Redução no preço de combustíveis não está chegando ao consumidor
Desde o início do ano os consumidores vivem em um inconformismo com as políticas de preço dos combustíveis. Isso porque as reduções que a Petrobras está implementando em suas refinarias não estão chegando às bombas. O repasse está sendo represado nos postos de combustível e/ou nas distribuidoras. Para o consumidor, por ora, a queda no litro do combustível é próxima a zero. Essa situação vem trazendo prejuízos, principalmente para o setor de transporte de cargas.
Uma transportadora de Santa Catarina, que efetua a compra de óleo diesel de uma mesma distribuidora, na condição de consumidor, realizou uma comparação do preço pago pelo litro do óleo diesel e dos valores praticados pela Petrobras, no período de julho e novembro deste ano, e constatou que não houve o repasse de 12,89% de redução de preço praticado pela Petrobras para as distribuidoras.
No dia 20 de junho deste ano a Petrobras praticava o valor de R$ 2,032 pelo litro do óleo diesel para a distribuidora, e na mesma data a transportadora pagava o valor de R$ 2,960. Atualmente, em 30 de novembro, o preço praticado pela Petrobras para a distribuidora reduziu para R$ 1,798, enquanto que o preço pago pela transportadora se manteve na ordem de R$ 2,958.
Ou seja, de julho até novembro, a Petrobras reduziu 13,01%, mas a redução para a transportadora, junto à distribuidora/ revendedora, foi de apenas 0,07%. Totalizando um saldo remanescente não repassado ao consumidor de 12,89%.
Para Dagnor Roberto Schneider, vice-presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), isso é inconcebível no cenário atual, onde o segmento passa por inúmeras dificuldades. Ele lembra que em maio deste ano, quando houve a greve nacional dos caminhoneiros, entre os itens da pauta da paralização estava a política de preços do óleo diesel. “É inadmissível que diante de todos os desafios que o setor do transporte ainda enfrenta, 12,89% de redução da Petrobras esteja sendo absorvido dentro da cadeia de distribuição”, afirma.
Entenda melhor a comparação de preços:
Valor praticado pela Petrobras em Junho: R$ 2,032
Valor praticado pela Petrobras em Novembro: R$ 1,798
Redução de 13,01%
Preço pago por transportadora de SC em Junho: R$ 2,960
Preço pago por transportadora de SC em Novembro: R$ 2,958
Redução de 0,07 %
Redução da Petrobras no período: 13,01 %
Redução do preço pago pela transportadora SC na distribuidora no período: 0,07%
Saldo remanescente não repassado para transportadora de SC pela distribuidora é de 12,89%.
(Fonte: Matéria Especial)