
Em entrevista à Massa, delegado-geral de SC diz discordar de decisão sem culpados no caso da queda do balão


O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, esteve em Concórdia nesta terça-feira (14) para uma reunião na Associação Empresarial de (ACIC). Durante a visita, ele conversou com a imprensa e abordou diversos temas, entre eles o inquérito que investigou a queda do balão em Praia Grande, tragédia que deixou oito mortos, incluindo duas mulheres de Concórdia.
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Ao ser questionado sobre o caso, Ulisses Gabriel afirmou que não concorda com o resultado da investigação e que, se estivesse à frente do inquérito, teria indiciado o piloto da aeronave. Segundo ele, há indícios claros de negligência, imperícia e imprudência por parte do condutor. “Se eu estivesse presidindo o inquérito, teria feito o indiciamento, pois há uma série de fatores que apontam falhas graves na condução do voo”, declarou.
O delegado-geral destacou que o piloto não possuía habilitação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para conduzir o balão e que o horário do voo também não era adequado para as condições climáticas. Além disso, ele lembrou que o comandante de uma aeronave tem responsabilidade sobre todos os ocupantes, devendo agir para garantir a segurança dos passageiros.
Ulisses Gabriel também comentou sobre aspectos técnicos do acidente, como o início do incêndio na estrutura do balão, possivelmente causado por combustão no tecido que cobria os cilindros de gás propano. Ele ressaltou que o piloto deveria ter conhecimento e preparo para conter o fogo e adotar procedimentos de segurança, como o uso correto do sistema de ventilação do balão.
“Como cidadão, lamento profundamente o resultado. Não concordo com a decisão de não indiciamento. Acredito que há responsabilidades evidentes que deveriam ser apuradas, pelo menos sob a ótica de homicídio culposo e lesões corporais culposas”, afirmou o delegado-geral.
Ulisses ainda comparou o caso ao da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), lembrando que, naquela ocasião, os responsáveis foram denunciados por homicídio doloso. Segundo ele, agora caberá ao Ministério Público decidir se oferecerá denúncia, solicitará novas provas ou pedirá o arquivamento do caso.


