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Empresa de alimentos entra com recurso no Cade contra fusão de BRF e Marfrig

Companhia argumenta que a aprovação da operação desconsidera impactos relevantes à concorrência
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Foto: Divulgação / Globo Rural
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A Minerva Foods entrou com recurso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a fusão entre BRF e Marfrig, solicitando a reavaliação do processo.

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Em parecer enviado ao órgão antitruste, a Minerva argumenta que a aprovação da operação, realizada em rito sumário, desconsidera impactos relevantes à concorrência, sobretudo no mercado de alimentos processados. A empresa aponta que a combinação entre Marfrig e BRF pode gerar concentração excessiva em determinados segmentos, como hambúrgueres, almôndegas e quibes, além de ampliar significativamente o poder de compra e o portfólio das companhias unificadas.

A Minerva também destaca o papel da Salic — braço de investimentos da Arábia Saudita — como fator de preocupação. A entidade já detém 24,5% do capital da própria Minerva e, com a incorporação, passará a ter participação também na Marfrig, o que, segundo a empresa, pode levar a um alinhamento indevido de interesses entre concorrentes. A Minerva teme, ainda, que conselheiros indicados pela Salic nas duas companhias favoreçam a troca de informações estratégicas, prejudicando a rivalidade no setor.

Além disso, a companhia acusa a Marfrig de ter minimizado os efeitos da incorporação na notificação ao Cade, ao afirmar que já detinha o controle unitário da BRF. A Minerva rebate essa alegação, afirmando que antes da operação a Marfrig não tinha poderes para exercer sozinha o controle da BRF, situação que muda substancialmente com a incorporação total.

Outro ponto sensível, segundo a Minerva, é o mercado de carne processada no canal foodservice — fornecimento para restaurantes, lanchonetes e redes de fast food. A empresa afirma que o Cade “estranhamente” ignorou esse segmento na análise, apesar de haver precedentes em que ele foi considerado relevante. “O mesmo Cade que impôs remédios estruturais à Minerva em 2014, quando comprou ativos da BRF, hoje ignora os riscos quando BRF e Marfrig se fundem”, diz um trecho do recurso.

No último dia 12, a Minerva já havia sido aceita como terceira interessada no processo do Cade que debate a fusão, a empresa tinha 15 dias para se manifestar. A BRF e a Marfrig planejam criar a MBRF Global Foods, grupo com mais de R$ 152 bilhões em receita anual.

Procurada , a BRF disse que não comentará o assunto.


Fonte: Globo Rural

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