
Temporal que causou morte no Oeste é classificado como tornado, diz Defesa Civil

Na tarde desta sexta-feira (09), o município de Palmitos, localizado na região Oeste de Santa Catarina, foi atingido por intensas tempestades que provocaram destelhamentos, queda de árvores, danos na distribuição de energia elétrica, entre outros transtornos.
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Após análise de imagens de radar meteorológico e registros feitos por drones, a Defesa Civil constatou a ocorrência de um tornado por volta das 14h (horário local). Tornados são caracterizados por uma coluna de ar em rotação que se estende da base de uma nuvem de tempestade (geralmente uma supercélula) até o solo, apresentando alto potencial destrutivo devido aos ventos intensos associados.
O fenômeno se formou em um aglomerado de tempestades organizadas em uma linha de instabilidade que atravessou o estado ao longo desta sexta-feira. A passagem desse sistema estava associada ao avanço de uma frente fria, que já estava prevista nos avisos emitidos pela Defesa Civil de SC. O sistema atingiu inicialmente o Oeste catarinense e regiões de divisa com o Rio Grande do Sul no início da tarde, avançando pelas demais regiões do estado durante o restante do dia e à noite.
O momento da tempestade responsável pelo tornado pode ser observado na imagem de satélite apresentada abaixo. Nela, é visível uma faixa de nebulosidade que se estende desde o norte da Argentina até o Oeste de Santa Catarina e o norte do Rio Grande do Sul. As áreas com tons mais escuros e pontos brancos indicam regiões onde as tempestades estavam mais profundas, com potencial para chuva intensa, ventos fortes e granizo.
O radar meteorológico teve papel fundamental na identificação do fenômeno. Foram observadas assinaturas compatíveis com uma supercélula, como áreas de alta refletividade — que indicam maior intensidade da tempestade — e a presença de um dipolo no campo dos ventos, evidenciando rotação.
Por fim, a avaliação em campo realizada pela Coordenadoria Regional da Defesa Civil auxiliou a confirmação da atuação de um tornado. Foram observadas árvores torcidas e caídas em diferentes direções, o que difere de danos causados por frentes de rajadas ou microexplosões, que geralmente apresentam um padrão direcional. Também foram identificados danos em forma de rastro, outra característica típica da passagem de um tornado.
Tempestade em Itapiranga
A cidade de Itapiranga, localizada no Extremo Oeste de Santa Catarina, foi uma das primeiras a ser atingida pela intensa linha de instabilidade que avançou sobre o estado. Inicialmente, os relatos recebidos pela Defesa Civil levantaram a hipótese de que os danos pudessem ter sido causados por uma microexplosão. No entanto, após a análise das imagens de radar e a avaliação em campo, essa possibilidade foi descartada.
Os danos observados no município foram atribuídos à atuação de uma frente de rajada — ventos fortes e descendentes que se espalham horizontalmente ao atingir o solo, associados à dianteira das tempestades. Uma característica comum desse fenômeno, e que foi constatada na avaliação local, é a queda de árvores e outros danos ocorrendo predominantemente na mesma direção. Isso contrasta com os tornados, cujos danos costumam ser mais caóticos e rotacionais, e com as microexplosões, nas quais os ventos se espalham de forma radial, provocando danos em direções divergentes a partir de um ponto central.
Situação de emergência
A a administração municipal de Palmitos decretou situação de emergência neste sábado, dia 10. O evento deixou um rastro de destruição, com 50 residências atingidas, 65 pessoas desalojadas, prejuízos significativos à infraestrutura rural e urbana e uma morte confirmada.
A solicitação inclui suporte emergencial para garantir abastecimento básico, acolhimento temporário e condições mínimas de dignidade às pessoas desalojadas e às residências danificadas.
O pedido foi encaminhado com base nos levantamentos realizados pelas equipes técnicas e visa assegurar uma resposta rápida e eficiente diante da situação emergencial.
Fonte: Defesa Civil


