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Irmãos condenados a 240 anos de prisão cada um por chacina em Campo Erê
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“A Justiça foi feita”. Essa foi a fala de familiares e amigos das vítimas que acompanharam a sessão do Tribunal do Júri que condenou dois irmãos responsáveis por uma chacina ocorrida no início de 2023 na pequena cidade de Campo Erê, no Oeste do estado. A tese apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), representado pelos Promotores de Justiça Susane Ramos e José da Silva Júnior, foi acolhida pelos jurados e os réus foram condenados a 240 anos de anos de reclusão cada um, em regime inicial fechado e a indenizar em R$ 100 mil os familiares de cada vítima morta, em 50 mil cada uma das três vítima viva com ferimento e em 20 mil as três que não tiveram ferimentos.
A sessão, que teve início na manhã de segunda-feira (13/1) e encerrou no início da noite de terça-feira (14/1), foi marcada pela presença de um forte esquema de segurança e pela emoção manifestada pelos presentes em plenário durante todo o julgamento. Foram dois de trabalho em que foram ouvidos os relatos de nove testemunhas, dentre elas as vítimas que sobreviveram. Neste tempo também ocorreram os interrogatórios dos réus e os debates entre acusação e defesa. Ao fim da sessão, a sentença foi lida pela juíza presidente do Tribunal do Júri e os réus restaram condenados por quatro homicídios e seis tentativas, todos qualificados por motivo fútil, perigo comum e recurso que dificultou a defesa das vítimas.
“Este julgamento representa uma vitória da sociedade contra a impunidade. Nossa atuação neste caso teve como objetivo honrar a memória das vítimas e dar voz às famílias que clamam por justiça. Trabalhamos com dedicação para garantir que os responsáveis por esse ato bárbaro fossem responsabilizados, mostrando que o direito à vida é inegociável. Esperamos que este desfecho traga não apenas a sensação de justiça, mas também um alerta para que atrocidades como essa jamais se repitam. Continuaremos firmes na luta pela proteção dos direitos e pela construção de uma sociedade mais justa e humana”, ressaltou a Promotora de Justiça Susane Ramos.
Para o Promotor de Justiça José da Silva Júnior, que integra o Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI) do MPSC, este julgamento encerra um capítulo crucial para a busca por justiça. “Este júri representa não apenas a resposta do sistema às graves violações cometidas, mas também uma mensagem clara de que a sociedade não aceita a banalização da vida. Nosso papel foi apresentar, com responsabilidade e transparência, as provas e os fatos que elucidam a brutalidade dos atos praticados naquela tragédia. Que este julgamento sirva como um marco para reforçar a importância de valores como respeito à vida e à dignidade humana. Seguiremos firmes na missão de garantir que a Justiça prevaleça”, destacou.
Para duas filhas de uma das vítimas que sobreviveu à chacina, que acompanharam de perto o julgamento, o sentimento é de que finalmente a justiça foi feita. "Ver os culpados sendo responsabilizados nos dá um pouco de paz e alívio", afirmou Rosinha Aparecida dos Santos. "Foi muito difícil reviver tudo durante o julgamento, mas foi necessário para que a verdade fosse mostrada. Esperamos que este caso sirva de exemplo, para que nenhuma família tenha que passar pelo que passamos", enfatizou Rosemira dos Santos.
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